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    quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

    [atualizado] Tokusatsu... Made in Brazil (!?)

    por Alberto DeCyber (Equipe KS)
    Desde muito tempo que este planeta é ambicionado por forças maléficas. Mas não há o que temer. Afinal, sempre que esses infelizes aparecem em nosso mundinho, sempre aparecem quem (ou o quê) para defendê-lo, ainda que o palco dos combates sempre ocorra pelo arquipélago japonês. Sejam eles super-esquadrões em uniformes multi coloridos (Super Sentai), motoqueiros solitários mascarados (Kamen Rider), guerreiros (E às vezes robôs) com armaduras metálicas hi-tech (Metal Hero - O gênero, inclusive, se encerrou há anos), gigantes alienígenas designados a combater ameaças alienígenas (Ultraman), ou até mesmo outras entidades hábeis a combater o mal iminente com dons recebidos (que podem ser qualificados genericamente como "Other Heroes", dos quais se enquadram: Cybercops, Guyferd, Tomica Hero Rescue, dentre outros) e forças inexplicáveis da natureza (Como os temíveis "kaijuu" Godzilla, Mothra e Gamera), eles lá estiveram...

    Saindo dessa linha de raciocínio, derivada dos minutos iniciais de um filme comemorativo dos 25 anos de Super Sentai, você terá de concordar: Até mesmo os mais adversos aos "filmes de efeitos especiais" conhecem algum desses seriados, nem que seja através das... A-HÉM! adaptações americanas (Como Power Rangers, Superhuman Samurai Syber Squad, e mais recentemente, Masked Rider Dragon Knight). E até arrisco dizer que alguns conhecem os seriados não feitos no Japão (Como o francês France Five, o tailandês Sport Ranger, e até mesmo os "gringos" EmoRangers e Jovens Tatuados de Beverly Hills...). Mas duvido que conheçam algo de tais seriados feitos neste pedaço de chão onde a maioria de vocês pisam...

    Não, você não ouviu errado: Estamos falando de Tokusatsu feito aqui no Brasil, em território nacional. E antes que perguntem, não tem nada a ver com aquela "não-mais-uma-mescla-de-idéias-gringas-de-sucesso" da Record, que segundo boatos terá até mesmo o "Jiban Killer" Madogarbo (Sim, aquela mesma ciborgue que arrancou o braço do Robocop japonês num combate covarde...) na sua nova temporada.

    Para aqueles que se sentem desinformados, os projetos de tokusatsu nacionais são muitos, mas em sua gigantesca maioria, são trabalhos de fãs dessas séries, e por assim dizer, trabalho amador. Apesar disso, tais séries não passaram desapercebidas, tendo sua notoriedade pela internet, e até mesmo algumas poucas passaram na televisão (Ainda que como uma matéria). E mesmo seguindo as linhas básicas dessas divisões de heróis, a criatividade nelas imposta as tornam tão originais e tão "vivas" pela empolgação e esforço de seus criadores que elas merecem a devida consideração dentro do quadro do tokusatsu no país... Ou não...

    Enfim, sem mais delongas, o que será visto aqui são séries de grande conhecimento do público, feito em terras verde-amarelas... E até mesmo com coisas curiosas no caminho, acreditem...

    Insector Sun

    O Kamen Rider defensor de Ribeirão City (Em... Ribeirão Preto?) e Guardião da Terra. O pioneiro...

    Começar por Insector Sun é literalmente "começar do começo", já que a série de 11 episódios (Com o 12º e final em breve) iniciada em 2000 é considerada a primeira série de tokusatsu feita no Brasil. Baseada na história da fanzine Yin Yang, onde o personagem Insector Sun aparecia como personagem secundário, não só o supracitado Guardião da Terra ganhou o destaque a partir da segunda edição da zine por clamor dos leitores, como também foi tal zine que alavancou a criação da série em live-action.

    O criador da série, Christiano da Silva, também atua como ator (de qual personagem, hum?) e roteirista dos episódios da série, mas sempre aberto a sugestões daqueles que o acompanharam neste projeto. De uma atuação feita por diversão ao explosivo sucesso após o vídeo desta gravação ter sido enviado para o programa Descontrole (Daquele mesmo Marcos Mion que escrachou até de Spectroman...), incuindo até uma matéria na extinta revista Henshin, decidiu-se que Insector Sun não acabaria por ali. Mas, como (infelizmente) esperado, a falta de patrocínio e dificuldades posteriores do projeto requereram uma baixa quantidade de episódios. Sem, obviamente, cair na qualidade.

    O site oficial deste Kamen Rider (Que, até o fechamento desta edição, ainda estava em reformas) não só possui informações da série, como também os DVDs dos episódios a venda. Não custa nada lembrar que é desses DVDs que os ga$tos da série são supridos, não é mesmo?

    Cyberbio

    ... E quem disse que os "Metal Heroes" morreram pra sempre, hein?
    Eis que, pelas bandas de Volta Redonda, eles retornaram!

    Saindo do clima dos motoqueiros mascarados (E, obviamente, Insector Sun tinha a própria moto - Afinal, que raios de Kamen Rider é esse que não tem uma!?), chegamos a um ponto onde pensávamos que a TOEI havia enterrado com louvor um gênero de heróis tão famosos por estas bandas. Bem, pensávamos...

    Cosmo Patrol Cyberbio, atualmente contando com dois episódios, é uma das produções do grupo Hero Factory. A história em si, já na prancheta desde 2002 e "recentemente" gravado, seria uma retomada dos "Detetives Espaciais" (Pros que não sabem, seriam os Metal Heroes anteriores ao tão famoso Jaspion: Gyaban, Sharivan e Shaider. Tais "Metal Heroes" eram detetives de uma Academia Espacial designados para defender a Terra). Porém provou-se um projeto mais ambicioso... E reconhecido fora do Brasil também!

    Incluindo aspectos de Metal Heroes (Como se nota em GunCyber, o "metal hero" azul "A-là" Shaider, e sua companheira à esquerda, cuja estética da armadura nos remonta a Sol Jayne, de Solbrain) e de Kamen Rider (No personagem Karatcha, possuidor de uma armadura biológica que o deixa mais próximo dos híbridos de gafanhoto do que de um guerreiro blindado), os oficiais da Academia Espacial (Eis aqui a grande referência aos Detetives Espaciais, minna-san!) são levados a missão de combaretem uma quadrilha espacial. Em seu primeiro episódio, o alvo é encontrado, ninguém menos que... W.C. man!

    Uma coisa a ser notada em Cyberbio é a presença de fator cômico da série, a começar pelo "banheiro-man", cuja origem remonta aos monstros de tokusatsu criados por base em aparelhos domésticos. Também deve ser notado o design das armaduras, todas feitas em EVA industrial. E inclusive, o primeiro episódio foi exibido na TV gazeta, no programa Giro do Guerreiro...

    Mina e Lisa

    O dorama "nipo-brasileiro" das duas nikkeis que é sucesso pela internet aparenta ser tão real que...

    Saindo do "universo" da TOEI, eis que o leitor toma uma "pausa pro café" ao presenciar os doramas feitos em nosso território. Pois é, pessoal. Nem mesmo o "gênero" (Por assim dizer, claro!) de Densha Otomo (Em tempo: Densha Otomo se mostra bem conhecido dentre os tokufãs) e demais "novelas japas" ficaram para trás por estas bandas...

    Mina e Lisa é uma série aos moldes do seriado nacional Confissões de Adolescente (Que, inclusive, dava de 10 a 0 nas porcarias que andam fazendo por aí. Vide Malhação e o "então-extinto-no-Brasil-pelo-menos" Rebelde) composta de mais de 20 episódios curtos, todos disponíveis para visualização no Youtube. Dirigido por Hélio Ishii, também diretor dos documentários "Cartas" (2005) e "Permanência" (2006), a série conta a história das duas garotas (Eh... Mina e Lisa, só pra constar) em busca de um rapaz ideal para a "primeira vez".

    O chamativo da série é o modo como ela é executada. Toda essa fase da adolescência destas nikkeis (Descendentes japonesas nascidas fora do Japão) que convivem em nosso país sem a presença dos pais (que trabalham no Japão) é descrita de forma bastante natural. Nada de frases feitas nem diálogos duros como ocorrem nessas... A-HÉM! "produções de qualidade" que andam por aí não! E é exatamente isto que torna esta produção do grupo Núcleo Virgulino o "top" deles...

    ...De tal modo que muitos dos que comentaram os vídeos achavam realmente que elas eram, de fato, as Nikkeis Mina (Liana Naomi) e Lisa (Evelyn Matsuoka), e que de fato estavam em busca de alguém pra "primeira vez" delas!

    Mega Powers

    Pra fechar com chave de ouro, outro original Super Sent... Ei! São as cores das roupas especiais dos Abarangers!

    Retornando da pausa pro café ao universo dos efeitos especiais novamente. Mas só pra não dizer que só temos projetos, por assim dizer, amadores por estas bandas (E vocês não vão se cansar de ver essa repetição excessiva de termos), podemos então estufar o peito, batê-lo com força, e dizer que podemos fazer algo com o mesmo nível de profissionalismo da TOEI... Ou não...

    Mega Powers, a produção super-sentai nacional da produtora Video Brinquedo (Sim, daqueles mesmos que andaram refazendo versões nacionais de filmes estrangeiros, como Carros, The Bee Movie, Transformers...) que conta com... bem... DVDs a venda pelo brasil afora, conta a história de três jovens escolhidos por uma entidade alienígena para defender a terra de outras entidades alienígenas prontas para consumir os recursos naturais da Terra.

    Vamos abstrair a linha genérica que segue todo super sentai. O problema não reside em se basear nesta linha (Mesmo porque temos tokusatsu de qualidade que seguem a mesma premissa básica de sempre, mas que mesmo assim mostra uma história mais "elevada". Jetman, Dairanger e Dekaranger que o digam!), e sim pelo fato de parecer mais com power rangers do que com as séries originais...

    Ainda que tenham chupado PARTE da premissa da história do tão lembrado Esquadrão Relâmpago Changeman (Ou esqueceram que Bazoo, o "Chefe desmembrado" da vez, domina - Quando não destrói - planetas pra obter um "extra" no fim do ano? Que o Sargento Ibuki, que metia chumbo grosso nos soldados enquanto os treinava, era um alienígena? Que droga de fãs são vocês afinal!? =P), e atribuído as cores de Bakuryuu Sentai Abaranger (Power Rangers Dino Trovão aqui) aos seus soldados, não se pode deixar de notar que a linha do episódio se assemelha a um power rangers da vida, sempre naquela visão "malhação" de ser. Mesmo a cena do robô da equipe (O Gigante Guerreiro Mega Power... Peraí... "Gigante Guerreiro"... Ei! Eu já ouvi isso antes!) não contenta, ainda que seja feita em CG. Nota-se muitos problemas durante a gravação da série, como transeuntes passando calmamente durante um combate acirrado. E até mesmo a qualidade dos uniformes, que os deixam mais parecidos com "Ultraman-não-emborrachados" do que com os guerreiros coloridos de sempre. Enfim... Ao menos temos uma produção profissional...

    Tsebayoth

    Os "Cybercops" do Senhor. E, por terem Deus ao lado, não estarão sozinhos nesta...

    E, pra fechar a matéria, a Canção Nova Brasil (Não, vocês não leram errado. Nem eu escrevi errado. Nem no blog deste grupo tá errado!) presenteia os jovens com um seriado aos moldes de Cybercops (Ao menos na armadura...) na luta entre as forças do Bem (No nosso caso, um típico membro da Igreja Católica que reza o Terço, com o poder concebido por Deus para se transformar em "Guibor". Tem outros dois guerreiros também...) e o Mal (Na mesma vestimenta dos Nazguls de Senhor dos Anéis - Você sabe, aqueles nove caras convocados por Saruman com mantos negros e espadas que foram atrás do Frodo por causa do anel e que estavam na trilogia toda... - aqui representando os Sete Pecados).

    Tsebayoth definitivamente bipassa todos os demais tokusatsus aqui citados no que diz respeito a qualidade das filmagens (Embora não se possa fazer justiça a Mina e Lisa, que contam com vídeos apenas no youtube - E youtube nem sempre tem videos de boa qualidade) e das armaduras (mas também pudera...). O problema é a execução da coisa...

    Ter em mente a eterna luta entre o bem e o mal, os Anjos de Deus e os Anjos Rebeldes dos infernos, talvez seja a única forma de se poder receber bem a série. Admitindo-se que é algo vindo de um grupo religioso, é um tanto irônico demonstrar o "caminho a Deus" por combates dignos dos Cybercops (E a escolha pros Cybercops era óbvia: Ou era a Cyber-Força pra cima dos ciborgues enviados pelo Doutor Kageyama e seus "generais", ou eles quem virariam cyber-patê). E principalmente pela ocorrência de uma cena onde temos um oponente ensanguentado. Claro, é a "luta contra o pecado", mas por que teria que ser EXATAMENTE desse modo?

    Enfim... Este modo de mostrar este combate fez com que muitos recebessem a série com ironia e total descrença (Sem intenção cômica aqui) de sobra. Principalmente pela frase do herói, "Quem tem Deus, nunca está sozinho". Por mais que haja o sentido da "luta", da "missão do religioso" em buscar os "cordeiros perdidos" ao Grande Pastor e etecéteras, não parece que esta é a melhor forma de mostrar isto. E principalmente com a alienação ainda presente de tantos pais quanto a esses "super heróis de olhos puxados"...

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    Pouco embora mais pareça que esta matéria tenha sido mais favorável a produção amadora (mais uma vez, por assim dizer) em detrimento da profissional (também, por assim dizer), devemos notar que, de um modo ou de outro, existem caminhos trilhados dentro deste país no que diz respeito aos tokusatsu. Não só em prol da volta dos originais, mas também na criação de suas próprias séries. E não só a nível de fãs, como a nível de "gente grande". Claro que as coisas falham aqui (Na qualidade das filmagens, fantasias e efeitos, tudo graças ao inimigo número um desse pessoal: O djin-djin) e ali (Há recursos, mas algo saiu errado...), mas mesmo a TOEI tem seus momentos de "tentativa-e-erro"...

    Ainda há muito sobre as produções "nipônico-brasileiras" (por assim dizer =P) existentes no país (Como por exemplo, Sakura no Yakusoku na área dos doramas, Blast Rider na área dos Kamen Riders, e por aí se segue) e até mesmo fora da área da "atuação live-action", como o Cybercops Project. Mas já deu pra ter uma idéia de que não viveremos só pelos sentais da TOEI, nem pelas conversões dos Estados Unidos...

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    Acho que já deu pra esquentar este "kotatsu" o bastante pra se dormir aconchegado. Sendo assim, ja ne, minna-san!


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    Atualização:
    Saiu esta semana duas matérias sobre Insector Sun. Uma na Folha de São Paulo, o post é do Shoujo Café; e a segunda, no G1,

    Ambos abordam sobre o fim da série, chegando ao 12º e último episódio, além de contar um pouco da história do projeto. O motivo principal é a falta de patrocínio. Para gastar cerca de R$ 1 mil para realizar cada episódio, fica difícil.

    Cristiano Silva, o criado de Insector Sun, afirma que deseja retomar o projeto, caso encontre um patrocinador. Fica a esperança....

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